Edmeire Exaltação - Quarta feira 4 de maio 2022
16 h - rua dos Inválidos - Lapa, Rio de Janeiro
"Os sons históricos ainda permanecem
Ecoando em muitos locais
como uma forma de denúncia mesmo."
"Toda essa arquitetura que è mantida como testemunho
isso depende do olhar
muita gente vê como um testemunho que foi benéfico para alguma parte da população sim, mas para outras
è uma denuncia de como a nossa história é cruel
Esses sons continuam ecoando, através dessas paredes, das ruas, da arquitetura
Num espaço como esse aqui no centro."
"Esse tipo de carrinho è comum aqui no centro
è chamado Burrinho sem rabo
è uma visão bem colonial
Duma pessoa pobre que tem que carregar o peso para sobreviver
E para conseguir o mínimo de dinheiro
… isso è um som que fica, que echoa da história desigual..."
Atravessamos uma Vila (local onde as pessoas escravizadas eram trancados antes de serem vendidos) que fica ao lado da rua dos Inválidos, 122. Ouvimos o invisível. Edmeire fala conosco, nós escutamos.
Saímos, rua dos Inválidos.
A rua em 2022, a porta de metal batendo atrás, o conhecimento à frente.
Avançamos em direção à Paróquia de Santo Antônio dos Pobres, uma das poucas que ajudou as pessoas escravizadas, um símbolo.
Uma curta caminhada, apenas uma rua com duas vozes para atravessar.
Um passeio que nos faz ouvir a história.
Co-fundadora e coordenadora geral da Casa das pretas, Rio de Janeiro. Mestre em Sociologia e doutoranda em Linguística Aplicada/UFRJ, pesquisadora-ativista na área de gênero, sexualidades, racismo, relações raciais e feminismo negro.
Edmeire Exaltação - Mercredi 4 mai 2022
16h00 - Rua dos Invalidos - Lapa, Rio de Janeiro
"Les sons historiques demeurent
Résonnant dans de nombreux endroits
sous forme de plainte."
"Toute cette architecture qui est gardée comme témoin
ça dépend du regard
beaucoup y voient un témoignage qui a été bénéfique pour une partie de la population, oui, mais pour d'autres
C'est une dénonciation de la cruauté de notre histoire
Ces sons ne cessent de résonner, à travers ces murs, les rues, l'architecture
Dans un espace comme celui-ci ici au centre"
"Ce genre de chariot est commun ici au centre
on 'appelle l'Âne sans queue
c'est une vue très coloniale
D'un pauvre qui doit porter le poids pour survivre
Et pour obtenir peu moins d'argent
c'est un son qui reste, qui fait écho à l'histoire inégale..."
On traverse une Villa (lieu où les personnes esclavisées étaient enfermées avant d´être vendu) qui se situe à côté du 122 rue dos Invalidos. On entend l´invisible. Edmeire nous parle, on écoute.
On sort, Rua dos Invalidos. La rue en 2022, la porte en métal qui claque derrière, les connaissances devant.
On avance en direction de la paroisse Santo Antônio dos Pobres, l'une des seules qui aidait les personnes esclavisées, un symbole.
Une courte marche, une seule rue à deux voix à traverser.
Un marche qui nous fait écouter l'Histoire.
Co-fondatrice et coordinatrice générale de
Casa das Pretas, Rio de Janeiro. Edmeire est chercheuse-activiste dans le domaine du genre, des sexualités, du racisme, des relations raciales et de l'afro féminisme.